É estranho como tudo isso aconteceu,
é estranho este sentimento que tenho por ti,
é estranho a vontade que tenho de te abraçar,
é estranho a vontade que tenho de nunca te soltar
Seu jeito de me olhar me encanta
seu jeito de falar me fascina
Seu beijo faz com que eu perca o ar
Seu abraço me faz querer ficar
Quando estou com você
Perco a respiração
Sinto meu coração acelerado
E minhas mãos tremulas
Quando estou londe de ti
Sinto saudade
Uma imensa vontade de você
De te ver, te abraçar te beijar
Seu beijo caloroso
Seu abraço tão gostoso
e seu carinho... Há! O seu carinho
me excita, me domina.
É tão estranho este sentimento
E sabe, eu não tenho medo
Confio em você
Porque, ainda não sei dizer.
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Ode a Cebola
Postado por
E. C. O. Schulz
|0
comentários
Cebola
Luminosa redoma
pétala a pétala
cresceu a tua formosura
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra escura
se foi arredondando o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
foi o milagre
e quando apareceu
o teu rude caule verde
e nasceram as tuas folhas como espadas na horta,
a terra acumulou o seu poderio
mostrando a tua nua transparência,
e como em Afrodite o mar remoto
duplicou a magnólia
levantando os seus seios,
a terra
assim te fez
cebola
clara como um planeta
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobre
a mesa
das gentes pobres.
Generosa
desfazes
o teu globo de frescura
na consumação
fervente da frigideira
e os estilhaços de cristal
no calor inflamado do azeite
transformam-se em frisadas plumas de ouro.
Também recordarei como fecunda
a tua influência, o amor, na salada
e parece que o céu contribui
dando-te fina forma de granizo
a celebrar a tua claridade picada
sobre os hemisférios de um tomate.
mas ao alcance
das mãos do povo
regada com azeite
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no seu duro caminho.
estrela dos pobres,
fada madrinha
envolvida em delicado
papel, sais do chão
eterna, intacta, pura
como semente de um astro
e ao cortar-te
a faca na cozinha
sobe a única
lágrima sem pena.
Fizeste-nos chorar sem nos afligir.
Eu tudo o que existe celebrei, cebola
Mas para mim és
mais formosa que uma ave
de penas radiosas
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina
baile imóvel
de nívea anémona
e vive a fragância da Terra
na tua natureza cristalina.
Pablo Neruda
Assinar:
Postagens (Atom)